Inhotim: guia completo para visitar o museu a céu aberto

Inhotim: guia completo para visitar o museu a céu aberto

É o sonho de muitos conhecer Inhotim, um local que você encontra natureza, arte e inspiração. Neste guia, vamos ajudar você a aproveitar o melhor do local, com as dicas certas para que sua visita seja inesquecível.


Os pingos de chuva molhavam devagar as altas árvores dispostas lado a lado nas trilhas do Inhotim quando embarcamos em um dos carrinhos de golfe que circulam pela vasta área. O cheiro de mato molhado e o canto de diferentes pássaros e cigarras nos acompanharam na visita, que começou logo após a abertura do Instituto, às 9h30. 

Nossa experiência em Inhotim

Quanto custa

Em primeiro lugar, para ingressar no parque paga-se R$ 44 por pessoa, mas nas quartas-feiras pode-se entrar gratuitamente, então o público se multiplica. Percorrer o Inhotim de carrinho custa R$ 30 e, à primeira vista, pode parecer um passeio de preguiçoso. Mas para quem quer ver (quase) tudo em um dia, é o melhor investimento!

Por isso, na manhã acinzentada de dezembro embarcamos em um dos veículos e seguimos viagem entre caminhos estreitos e repletos de verde. Há paradas exclusivas para o transporte que circula pelo o parque.

O que você encontra por Inhotim

No trajeto surgem paisagens incríveis que mesclam obras de arte feitas por artistas do mundo e pela própria natureza. Samambaias gigantes, palmeiras, flores de vermelho intenso, ipês, orquídeas e um exibido tamboril em frente a um lago aparecem no percurso.

Para aproveitar melhor o passeio, a sugestão é focar em um dos três eixos do parque e seguir viagem. Em resumo, iniciamos a jornada pela rota laranja, a maior e mais farta em atrativos. 

Eixo laranja

Tendo como ponto de partida a recepção e a loja de design, uma das primeiras paradas da trilha laranja é a galeria da artista carioca Adriana Varejão.

A textura lisa do espelho de água em frente ao prédio forma uma imagem moderna que mescla o verde das árvores e o efeito impessoal do concreto do prédio.

Logo no jardim está a Panacea phantastica, um conjunto de azulejos com a pintura de 50 tipos de plantas alucinógenas. 

Ao entrar na galeria, respire fundo. A artista fez esculturas que parecem tripas humanas dentro de azulejos brancos. O impacto tem justificativa: a obra foi inspirada no desabamento do Hotel Linda do Rosário, ocorrido no Rio em 2002 e que matou um casal.

Sair da galeria e ingressar no Jardim Veredas Tropicais foi alívio para olhos. Inspirado em “Grande Sertão: Veredas”, de João Guimarães Rosa, a área faz uma leitura das paisagens brasileiras por meio de espelhos d’água e buritis. Dessa maneira, bancos de madeira em formato de troncos convidaram para a contemplação.

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Ali pertinho, desde setembro de 2019, há um outro jardim: Sombra e Água Fresca. A nova área passou por um processo criativo de quase 10 anos liderado pelo paisagista do Inhotim, Pedro Nehring. Hoje são cerca de 700 espécies, entre plantas nativas e exóticas.

O legal do espaço é a proposta multissensorial: quem passa pode comer as frutas que nascem nas mais de 80 espécies de plantas. Para os visitantes e sabiás que adoram voar por ali, há fartura de lichia, manga, jabuticaba e banana.

A natureza como arte

Saindo do jardim a bordo do carrinho, avistei de longe uma curiosa árvore pendurada por pés de aço. Era a obra de arte Elevazione, do italiano Giuseppe Penone. A árvore é uma castanheira centenária feita em bronze. Ao lado dela, cinco árvores foram plantadas para que, com o tempo, sustentem a obra com seus galhos e folhas.

Mais adiante, numa área pasto rasteiro, estão dezenas de pesadas vigas de ferro comidas pelo tempo e enterradas em uma piscina de concreto. A obra Beam Drop, do americano Chris Burden, foi instalada em 2008, em uma performance que durou 12 horas. Na época, teve a participação de um guindaste para desorganizar as barras.

Ali pertinho está outra novidade, uma obra do americano Robert Irwin com 6,3 metros de altura por 14,6 metros de diâmetro. Em concreto, aço inox e vidro artesanal, traz mais uma experiência multissensorial, porque podemos entrar na obra, que ganha tonalidades diferentes com a luz do sol.

Além de mostrar a criatividade de artistas em espaços generosos, Inhotim também tem peças interativas. Na galeria Marilá Dardot relembrei os galpões de um sítio de família.

O prédio com paredes vazadas abriga letras em cerâmica e objetos de jardinagem. A ideia é formar palavras, que futuramente se transformarão em flores e em pequenas plantas.

No dia da visita, escolhi a letra inicial do meu nome. Dentro de uma forma “A” coloquei terra fofa e algumas sementes de amor-perfeito. Depois, escolhi um lugar embaixo das árvores e deixei a chuva abençoar minha pequena obra.

A alguns passos da galeria, uma piscina com degraus lembra uma agenda telefônica perdida no meio do mato. Entretanto, é mais uma obra que nos surpreende. 

A Piscina, assinada por Jorge Macchi, é atração nos dias de calor. Se soubesse, tinha levado roupa de banho, porque no local pode-se nadar e mergulhar na água transparente. 

Pelos hectares do eixo laranja há também obras que nos incomodam. Na galeria Psicoativa Tunga uma ampla sala contornada por vidros tem elementos ligados à mitologia pessoal, como pentes, tranças e tacapes, que fazem crítica ao espaço e ao comportamento humano.

Eixos amarelo e rosa

Quando me disseram que para visitar o Inhotim seria necessário pelo menos dois dias, achei que fosse balela de quem gosta de viajar devagar. Ao encontrar as primeiras galerias e obras espalhadas pela mata, percebi que realmente é preciso tempo para percorrer o Instituto e digerir o conteúdo que habita o lugar.

Em todos os ambientes há sintonia entre o mundo criativo da arte e os elementos da natureza. Até na hora do almoço temos momentos de contemplação. No amplo restaurante Oiticica, por exemplo, a decoração alva e os paredões com vista para o verde convidam para uma refeição tranquila. O local funciona com self service, que custa R$ 69,00 o quilo (R$ 59,00 quartas-feiras) e tem pratos vegetarianos e veganos. 

Saindo dali, partimos para um roteiro pelas trilhas amarela e rosa, que, na minha opinião, reservam as peças de maior impacto e contraste. A obra do carioca Hélio Oiticica está pertinho do restaurante homônimo e é composta por coloridos paredões que fazem fronteira com um lago – perfeitos para fotos em Instagram!

A Invenção da cor, Penetrável Magic Square # 5 faz parte de um grupo de seis trabalhos que se espalham em torno da praça e formam um labirinto a céu aberto. A obra foi executada após a morte do artista, que deixou explicado em projeto como gostaria que fosse instalada!

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As galerias

Também em frente a um lago, a galeria True Rouge é um susto aos olhos. Em uma sala branquíssima, o artista Tunga reuniu vidros que lembram recipientes de laboratório com líquidos vermelhos, que remetem ao sangue humano. Por vezes, a instalação lembra um útero.

Outro destaque do roteiro é a galeria da fotógrafa Claudia Andujar. Nascida na Suíça e radicada no Brasil, ela produziu mais de 400 fotografias com o povo indígena Yanomami na Amazônia brasileira.

O trabalho é singular: conseguimos captar a alma e as emoções dos fotografados. As imagens foram feitas entre 1970 e 2010 e mostram, numa viagem no tempo, a radical mudança na vida dos índios. 

Em meio à mata também passamos por um terreno embarrado e abrimos a porta de uma esfera cestavada. Ali dentro, uma retroescavadeira e uma árvore branca feita de polietileno de alta densidade lembra intervenções do homem no meio ambiente.

A De lama lâmina é assinada pelo americano Matthew Barney e nos deixa com uma pergunta: como a máquina foi parar dentro de uma esfera? 

Dentro de uma área entre os ricos biomas da Mata Atlântica e do Cerrado, o Inhotim tem como ponto de encontro um majestoso e alto Tamboril, onde nosso passeio foi se encerrando. A árvore centenária fica no coração do parque e está ali desde a época em que a região era apenas uma vila. Hoje, inegavelmente, é o guardião de toda região.

A história de Inhotim

Inaugurado em 2006, o Instituto Inhotim é um museu e jardim botânico e fica em Brumadinho, a cerca de 60 quilômetros de Belo Horizonte. 

São 140 hectares de área com 23 galerias e 560 obras de cerca de 60 artistas. Na parte do jardim há uma coleção de cerca de 4,5 mil espécies de todos os continentes.

Onde fica 

Rua B, 20, Inhotim – Brumadinho (MG) – www.inhotim.org.br –Telefone: (31) 3571-9700

Novidades

A tentativa de retomar o número de visitantes do Instituto Inhotim por consequência do acidente com a barragem coincide com a inauguração de novas instalações:

  • Robert Irwin – a obra sem título é feita em concreto, aço inox e vidro artesanal e tem 6,3 metros de altura por 14,6 metros de diâmetro. Fica próxima à conhecida Beam Drop, no eixo laranja.
  • Na galeria Mata (eixo amarelo) está a exposição coletiva Visão Geral, feita por artistas brasileiros. Entre as obras estão Mix (Boom), de Alexandre da Cunha; Barril de petróleo; de Iran do Espírito Santo; e Seção diagonal, de Marcius Galan.
  • Yano-a é novidade na galeria de Claudia Andujar (eixo rosa). O trabalho foi desenvolvido a partir da apropriação de uma fotografia em preto e branco de uma maloca Yanomâmi incendiada.
  • O Sombra e Água Fresca (eixo laranja) é o maior jardim do Instituto e tem 32 mil metros quadrados.

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Como organizar a visita em Inhotim

Em princípio, reserve pelo menos um dia inteiro para percorrer o Instituto (o ideal são dois dias) e logo na entrada solicite um mapa. O ideal é escolher um dos eixos para começar a visita.

Horários

O parque abre diariamente às 9h30. De terça a sexta encerra atividades às 16h30. Sábados, domingos e feriados fica aberto até 17h30. Segunda-feira está fechado.

Ingressos

A entrada inteira custa R$ 44. Nas quartas-feiras é gratuito, mas é preciso reservar o ingresso online no site Sympla.Crianças de 6 a 12 anos, pessoas com mais de 60 anos, estudantes e professores têm meia entrada

Moradores de Brumadinho têm entrada gratuita, mas precisam fazer um cadastro no Instituto.

É gratuito

O estacionamento, bicicletário, uso de fraldário, bem como o guarda-volumes, são gratuitos. Há visitas orientadas gratuitas que ocorrem das 11h às 14h. Informe-se na recepção!

Transporte interno 

Um carrinho elétrico com motorista fica à disposição dos visitantes de terça a sexta, das 10h às 16h, e finais de semana e feriados, das 10h às 17h. O transporte custa R$ 30 por pessoa.

Crianças de até 5 anos não pagam. Da mesma forma, o carrinho é gratuito para pessoas com deficiência (mais um acompanhante).

Como chegar de ônibus

Existem basicamente duas empresas que fazem o trajeto de Belo Horizonte para o Inhotim. Dessa maneira, você pode escolher o ponto de partida mais próximo:

Saídas do hotel Holliday Inn

A Belvitur, por exemplo, tem transporte que sai do hotel Holliday In (Rua Professor Moraes, 600, bairro Funcionários). O ônibus parte quarta, sábado, domingo e feriado às 8h30 (nos demais dias depende da quantidade mínima de 4 passageiros). De terça a sexta o retorno é às 16h30. Sábados, domingos e feriados, às 17h30.

A passagem custa R$ 60 ida e volta e R$ 35 somente volta.

Informações: belvitur.com.br

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Saídas da Rodoviária de BH Plataforma F2

A Saritur também tem transporte que sai da Plataforma F2 da rodoviária. O ônibus parte às 8h15 e retorna às 16h30. Sábados, domingos e feriados, é às 17h30.

A passagem custa R$ 41,05  ida e R$ 37,15 a volta.

Informações: saritur.com.br 

Quem são os visitantes de Inhotim?

Por fim, devido ao acidente com a barragem de Brumadinho, a média de visitantes de 2019 foi menor que a dos anos anteriores. Em fevereiro, mês após o acidente, houve queda de 56,44% no número de visitantes. Julho é sempre o mês de maior movimento devido às férias escolares.

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