Até pouco tempo as coisas eram bem simples pra mim quando o assunto era viagem. Como uma rata de promoção, quando surgia uma oferta de passagem aérea, eu olhava o calendário e comprava. Já fui para Orlando pagando 150 dólares e para Milão por apenas 400 dólares! Na véspera da viagem, em uma hora estava com a mala pronta e contando os minutos pra embarcar. A viagem era a principal terapia da vida.
Mas a vida mudou. Hoje, continuo planejando as viagens. Mas preciso pensar se a época do ano é a mais favorável para levar meu bebê de um ano. Nova York no inverno? Nem pensar! Viagens de barco? Me sinto insegura! Hotel sem frigobar? Eu passo!
E na hora de arrumar a mala? É preciso pensar em roupas de emergência, fraldas, cobertinha, brinquedos para distrair, remédios, leite em pó, carrinho … Demoro um tempo enorme selecionando tudo, empacotando e pensando se não falta nada! Dá o maior trabalho, digno de desistir da viagem! Na verdade, dá vontade de pedir férias só de organizar toda a estrutura mínima necessária pra viajar com um bebê.
E quando a gente está no destino, o que acontece? A criança quer correr por todo museu, chora porque não quer ficar na cadeirinha de papá, quer dormir bem na hora que você deseja sair para conhecer um ponto turístico..
Os perrengues e as dificuldades são reais e quase nunca aparecem nas fotos! Mesmo assim, não desisto de incluir meu filho nos meus programas desde muito cedo. E talvez aí esteja o grande segredo para não pirar antes (e durante) uma viagem e desistir antes mesmo do check in.
Viajar com os filhos é presentear-se com um momento único de contemplação. A vida é uma só e tanto o destino escolhido quanto aquele instante com a criança são únicos também.
Se uma vez você vai à praia com um bebê de um ano e ele se encanta pela areia, aos dois anos a praia pode ser a mesma, mas seu filho terá outra visão do mundo e ficará encantando por outras coisas. E poder observar e viver tudo isso é simplesmente mágico (e nos faz esquecer do tumulto que pode ser levar uma criança em viagem)!
Viajar com os pequenos também é a chance de retomar coisas que ficaram pra trás, lá na infância! Como é bom poder brincar na piscina, fazer castelo na areia, jogar bola, pular onda, tomar banho de banheira e rir sem motivo algum. Sem falar que isso tudo também ajuda a fortalecer ainda mais o vínculo entre os pais e os filhos!
Nesta nova fase, que veio já na gravidez, aprendi que o que muda é a maneira como vemos e fazemos as viagens. Às vezes dá medo: do destino desconhecido, do avião e se a criança vai ficar doente durante o passeio. Mas tudo isso é pequeno perto da troca que é possível quando estamos abertos para conhecer o mundo ao lado das crianças.
Faça essa experiência. Não precisa atravessar o Atlântico para se encontrar com a criança que talvez você ainda não teve tempo suficiente de conhecer! Você pode tirar um dia que seja e sair por aí para descobrir novas paisagens e respirar um novo ar.
Eu volto a dizer: precisa ter paciência e, às vezes, dá muito trabalho. Mas é sempre compensador!