Sabe quando, por algum motivo que você não entende de primeira, aparece um convite para você viajar para um lugar que não estava na sua lista de lugares-desejo? Aconteceu comigo. A viagem de 12 dias para conhecer um pedaço do velho oeste do Arizona, nos Estados Unidos, foi incrível.
O Arizona me trouxe uma viagem de sensações que carrego na minha memória. Desde a visita ao museu Navajo, em Phoenix, onde mal conseguia entender as explicações da guia em inglês, mas com um sotaque indígena complicadíssimo. Me deixei levar pelos sentidos. E sempre que vejo uma pedra turquesa lembro que parte dessa preciosidade tem uma simbologia especial para esse povo de cultura tão marcante.
Foi no deserto de Sonora, em Phoenix, que fiz meu primeiro voo de balão. A imagem lá do alto, a suavidade do voo, o som do silêncio interrompido pelas baforadas do fogo no balão, o medo da descida e a recepção em terra com um café da manhã num cenário inusitado valem cada centavo.
Monument Valley
Foi em Monument Valley, reserva dos Navajo ao Norte do Arizona, que assisti ao pôr-do-sol acompanhada de um vinho tinto na varanda do hotel e pulei da cama durante a madrugada para apreciar a lua cheia e o céu estrelado num dos cenários mais icônicos deste planeta.
Tudo ali remete aos filmes de faroeste (que realmente foram filmados lá). Quando um guia Navajo conta a história do lugar, não há como não sentir a energia.
Grand Canyon
Imensidão é o que vem à memória quando penso no Grand Canyon. Foi numa tentativa de assistir ao pôr-do-sol nas montanhas que passei o maior frio da minha vida. Mas valeu à pena.
Sentar numa pedra na borda do canyon e ficar de frente para a imensidão do lugar é uma das sensações mais fabulosas que se pode ter. Não demora dois minutos e você é absorvido pela atmosfera de contemplação. Somos um grãozinho de areia naquele cenário formado há cinco milhões de anos.
Antelope Canyon
Um dos lugares mágicos do Arizona fica na pequena cidade de Page. Imagine duas paredes de rochas sinuosas que não se encostam e você andando entre elas com os pés na areia.
Há milhões de anos, a água e o vento esculpiram as paredes de arenito e lapidaram formas onduladas. A iluminação no cânion varia conforme a posição do sol sobre a fenda. É deslumbrante.
O cenário de cores, formas e texturas é tão lindo que é difícil acreditar que as rochas foram desenhadas pela força da água. Até hoje custo a acreditar que estive lá dentro.
Sedona
Sedona, para mim, foi a cereja do bolo da viagem. É uma cidadezinha mística onde tive o privilégio de meditar por alguns instantes nas red rocks.
O local é considerado um dos “umbigos de energia” do mundo por causa dos vortex, que são correntes invisíveis de energia que emanam de picos das montanhas e que sobem ao céu em forma de espiral. Gisele Bündchen chegou a publicar uma foto em seu Instagram meditando nas montanhas de Sedona.
Tudo em Sedona remete à espiritualidade. Dezenas de lojas vendem alimentação natural, massagens energéticas e alinhamento dos chacras, fotografia da aura, meditação, e outra dezena de lojas que vendem cristais, incensos e ervas de purificação.
Super recomendo esse roteiro para quem está a fim de um encontro consigo e valoriza experiências e sensações. Isso sim, eu chamo de TravelTerapia.
* Texto de Luciane Bemfica, jornalista que trabalha com gestão e posicionamento de marcas pessoais e que voltou do Arizona inspirada para dar uma importante guinada na carreira.