Acabou o namoro? Não chore, viaje!

Acabou o namoro? Não chore, viaje!

A história que vou contar aqui faz oito anos, mas é super atual porque a dica que vou dar serve para qualquer hora. Se o namoro terminou, faça as malas e vá para qualquer lugar – do planeta, da sua cidade, do seu país…

Falo isso com a experiência de quem já embarcou chorando e achando que o mundo ia terminar só porque aquele cara simplesmente não queria mais ser meu namorado!

Pois vamos voltar ao ano de 2009. Era final de junho (justo o mês dos namorados!) e eu estava arrasada. Tentava tocar minha vida normalmente, mas estava perdida igual a uma barata tonta! Até o dia em que tive um estalo e pensei: preciso organizar uma viagem para fugir da própria vida! E foi isso que eu fiz. Juntei minhas economias e organizei DUAS viagens com amigas que se transformaram em grandes confidentes!

A primeira viagem ocorreu logo em julho – um mês depois do fatídico rompimento (ai… como doía!). Fomos para Buenos Aires.

A cara da depressão: o tempo e uma boa viagem resolvem tudo! Foto: Arquivo Pessoal

Aquela era minha segunda visita à capital argentina. Minha cara pálida, meu mau humor e desânimo precisavam se dissolver naqueles três dias de passeio.

E assim foi. Entre uma conversa e outra com minha amiga Juliana Beltrami fui me libertando e deixando o rio de lágrimas para trás.

Percorremos ruas ensolaradas e cheias de vida. Revisitamos o Caminito, rimos com turistas dançando tango, comemos muito doce de leite e bebemos vinho até tarde da noite no antigo restaurante Cluni.

No restaurante Cluni, bebemos e conversamos muito sobre a vida! Foto: Arquivo Pessoal

Na época, o dólar estava bem amigo, e visitar Buenos Aires era sinônimo de fartura gastronômica e compras!

Confesso que não foi fácil, mas foi o primeiro passo para a libertação e para entender que os amigos são peças fundamentais para nossa vida – e aqueles que são amigos de verdade topam até os programas mais sem graça!!

Casa Rosada, em Buenos Aires, é sempre um passeio lindo

 

Desapego e Travelterapia

A segunda etapa da terapia de desapego com o passado veio com um projeto maior: uma viagem para Europa. Encontrei um curso de curta duração na universidade de Oxford, na Inglaterra, como desculpa para a partida e convidei uma colega de trabalho para ir comigo. A tal colega de trabalho se transformou em grande amiga e hoje uma das fundadoras do nosso Travelterapia, a jornalista Clarissa Ciarelli.

Ao passear pelas ruas de Oxford encontrei paisagens lindas e muito jovens. Foto: Anelise Zanoni

Nosso roteiro iniciou em meados de setembro, época linda para viajar! Eu, com mochilão nas costas, e a Clarissa com mala de rodinhas (ela desistiu da mochila horas antes da viagem!), iniciamos o roteiro em Londres.

O piquenique em frente ao Big Ben teve zero glamour, mas valeu cada segundo! Foto: Arquivo Pessoal.

 

Na terra da rainha caminhamos como se o mundo fosse terminar. Fizemos piquenique improvisado em frente ao Big Ben, encontramos um antigo colega de trabalho que vive no país, o Márcio Brito, e nos perdemos nas lojinhas de Notting Hill e Camdem Town.

Nós duas com o amigo Marcio Brito, que vive em Londres há muito tempo! Foto: Arquivo Pessoal

Dias depois, eu estava em Oxford sozinha. E a Clarissa esticava os dias em Londres na companhia das primas.

Na cidade universitária de Oxford, uma das mais lindas que já conheci, fazia o curso pela manhã e passava o resto das horas perdida nas ruas, espiando o comportamento dos jovens, fotografando prédios, esquecendo que eu tinha um coração. Foi libertador!

Fiquei instalada em um albergue, com quarto compartilhado, atmosfera jovem e muita barulheira. Eu precisava daquilo!

Em um dos passeios, encontramos um balão vermelho rasgando o céu de Oxford. Foto: Anelise Zanoni

Dias depois, apareceu a Clarissa. E seguimos descobrindo ruas novas, lojas, prédios históricos, pubs e, no final, nos despedimos da cidade com um jantar inesquecível assinado pelo famoso chef Jamie Oliver.

Os dias na Inglaterra já haviam sido bons o suficiente, mas nossa viagem precisava continuar. Embarcamos então para Genebra, na Suíça.

Ao chegar na cidade, estava sem meu mochilão – porque a companhia aérea havia perdido! Por dois dias vesti peças de roupa da Clarissa e eu e ela seguimos a peregrinação turística. Mais uma vez desvendamos quilômetros e quilômetros da cidade.

Famoso jato de água de Genebra, na Suíça. Foto: Arquivo Pessoal

 

Ao lado de um simpático guia que o escritório oficial de turismo havia nos oferecido (por sermos jornalistas!), andamos por ruas estreitas, ouvimos histórias da cidade e comemos um farto e típico almoço suíço.

 

Nessa viagem descobri que eu e a Clarissa temos uma queda pela gastronomia. Traduzindo: queremos comer tudo! Por isso, nos entregamos a sorvetes gigantes, sobremesas coloridas, chocolates e pratos e mais pratos de comida!

Bom, o literal final feliz da viagem não poderia ser outro: uma parada em Paris! Lá encontrei Jérôme, um amigo que fiz quando morei na Irlanda. Como um excelente anfitrião, ele nos levou para caminhar à noite pela cidade e nos ofereceu um inesquecível jantar a bordo de um barco no Rio Sena. Que noite linda!

Do andar de baixo da cidade pudemos ver a Torre Eiffel iluminada sobre nossas cabeças, passamos por baixo de pontes históricas, vimos a cidade se iluminar conforme a noite caía.

Era minha segunda vez em Paris, mas parecia a primeira. Subimos as ladeiras de Montmartre, caminhamos pelos Jardins de Luxemburgo e, claro, comemos crepes, bebemos champagne e mojitos em um bar especializado em rum e experimentamos doces de todas as formas e sabores!

Doze dias depois da viagem, minha amizade estava reforçada, e a Clarissa havia deixado de ser uma colega de trabalho para ser uma best friend. Tínhamos memórias, confissões e muita história para contar. Sim, ainda havia algumas lembranças do tal rompimento com o namorado, mas era um detalhe apenas!

Mas, vamos lá, depois de uma experiência dessas, quem precisa de namorado, não é mesmo?

Hoje tenho plena consciência de que a viagem foi a melhor decisão e o melhor investimento (assim como o término do namoro foi libertador!). E, claro, sair por aí com as amigas e reencontrar amigos é reparador!

Mesmo que você tenha um grande amor, não deixe para trás os amigos. Eles sempre serão grandes companhias. Aqui ou pelas estradas do mundo!

 

  • Texto da jornalista Anelise Zanoni, uma das criadoras do Travelterapia que coleciona mais algumas histórias de viagem com amigos.

** Se você também viveu um momento de viagem desafiador,  junte-se a nós! Queremos formar uma rede de pessoas transformadas pelas experiências de vida que só as viagens proporcionam.  Mande seu relato de viagem para travelterapia@waycontent.com! Vamos adorar conhecer e compartilhar.

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